sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Mais Londres

E como tinha duas semanas de férias, aproveitei para it a Londres, desta vez sozinha. Fiquei em casa do nosso amigo outra vez e aproveitei para ir ver um espetáculo e ir jantar fora, coisas impossíveis com uma criança. Sight seeing, British Museum, restaurantes fantásticos (só dois que não dá para mais). Cá ficam as fotos


Battersea Station e Parque





O espetáculo. Estávamos literalmente no palco. Muito bom.




Chinatown


British Museum
















Uma das vitrines da famosa Selfriges


O restaurante Turco. Mmmmmm...


quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

O último dia

O meu último dia de trabalho, antes das 2 semanas de férias, foi no dia dos namorados. Os meus colegas organizaram uma ida ao pub depois do trabalho e os meus alunos pediram se podiam ir.

Todos os meus colegas, muitos dos meus alunos, e outros colegas do museu do espaço trocaram celebrações do dia dos namorados e vieram para os copos comigo. Foi muito bom. Recebi dois livros dos colegas e um livrinho de dedicatórias dos meus alunos. Ainda bem que só li o livrinho quando cheguei ao comboio, depois dos alunos me levarem à estação.

Obrigada aos meus colegas e chefes por me darem a oportunidade de dar aulas, e descobrir uma nova paixão. Obrigada aos meus alunos por serem fantásticos e me fazerem sempre sentir melhor depois de cada aula, mesmo na pior das alturas.









sábado, 15 de fevereiro de 2014

Não há fome que não dê em fartura

(posts escritos de enfiada porque finalmente tenho algum tempo)
Pois que a situação estava preta. O ambiente no trabalho deteriorou-se devido a políticas internas e externas, e o desespero em arranjar outra coisa aumentou consideravelmente. Por outro lado a esperança diminuiu. Decidi que iria rescindir contracto, quer arranjasse outra coisa quer não. Precisava de descanso, de reorganizar as ideias, de dedicar tempo a mim e à família. A nossa empresa está a dar algum lucro, por isso dava para passarmos algum tempo sem o meu ordenado.

Mas eis que, assim que tomo a decisão, um tipo que tinha conhecido através de uma amiga, que tem um projecto no departamento de biomedecina na universidade onde trabalho, e para quem o meu marido tinha contribuído com um projecto, contacta-me para me oferecer um emprego. (!) Seriam só 2 dias por semana e por um ano com possibilidade para mais dias e mais anos conforme o projecto crescesse. Yay! Era bem melhor do que nada e gosto bastante da pessoa por isso disse que sim. Aliás a conversa telefónica passou-se num dia de spa com umas amigas - nem um dia de spa descansado consigo ter. OK as coisas estão a melhorar. Fiquei feliz e descansada. O único stress era que não me podia despedir porque teria que ser uma transferência interna, mas isso era um pequeno preço a pagar.

Entretanto, o director e a gestora do Museu Nacional do Espaço, com quem tinha colaborado bastantes vezes nos últimos anos, começaram a rondar-me. Iam abrir um concurso para gestora da zona sul do país e queriam dar-me o emprego a mim. Os contactos eram constantes a dizerem-me que a qualidade do meu trabalho e exemplar e que gostavam muito de trabalhar comigo. (!) O emprego seria full time por 2 anos. O único problema é que seria no meio do nada. O local de trabalho fica a 2 horas de carro, é perto de Oxford mas de difícil acesso. Mesmo assim seria gestora, estaria a trabalhar para o museu e era full time. Investiguei todas as possibilidades. Mudar a família para lá não era opção uma vez que os clientes do meu marido estão aqui e seria impossível viajar todos os dias. A outra opção seria eu passar a semana lá e vir a casa ao fim de semana. Coisa que não me agrada nada. Não só gastaria grande parte do salário numa segunda renda, mas não poderia ver o meu marido e a minha filha senão aos fim de semana... Era uma questão de escolher entre vida profissional e familiar. Este emprego dar-me-ia contactos e experiência que, sem dúvida, me davam a oportunidade de fazer o que quisesse dentre de 1 ou 2 anos, inclusive voltar à investigação. Pensei muito, falei com muita gente (mães com vida profissional activa). Aqui as mentalidades são diferentes e é normal um dos pais passar a semana longe de casa. Decidi que me ia candidatar e depois logo decidia. Afinal ia estar a fazer o que mais gosto.

Mas a história não acaba aqui. Tinha-me candidatado a outros empregos antes disso e recebo um email a dizer que tinha sido seleccionada para entrevista na universidade de Nottingham. O emprego era o mesmo que o da Imperial (ver post anterior) e Nottingham fica a 20 minutos da minha casa. Lá fui para a entrevista, sem grandes esperanças - já tinha ido a muitas entrevistas sem resultados.

A entrevista foi numa quarta-feira e correu bem, como normalmente corre. Pareceram preocupados com o facto de eu ter que dar 3 meses à casa no meu emprego actual, mas mais nada de novo. Disseram-me que saberia o resultado no início da semana seguinte. No dia seguinte ligam-me a oferecer o emprego(!!!!!). O contracto é de ano e meio mas full time e muito perto de casa. A universidade é boa e o salário superior ao que tenho agora. Questão resolvida! Apesar de não ser o que quero fazer para o resto da vida, é algo que gosto e dá para descansar e passar mais tempo com a família e sem stress. Aceitei o emprego na hora. Perguntaram-me se era possível negociar com o meu chefe os tais 3 meses. No dia a seguir estava a falar com o meu chefe para negociar o último dia.

Ele ficou muito feliz com as novidade. Uma vez que não existem mesmo oportunidade de continuar onde estou, devido a politiquices fora do controle dele, sempre me encorajou a encontrar outro emprego. Nas palavras dele: "there must be something out there for someone as talented as you".

Disse-me que só precisava 2 semanas para eu deixar tudo organizado. Disse que não me queria obrigar a ficar lá contra minha vontade e sem motivação. E assim foi. Em 3 dias tudo mudou. Foi tudo muito rápido e nem tive muito tempo para pensar... Fazer 2 semanas, ter 2 semanas de férias que me deciam, e começar o novo no início de março.

Entretanto, o meu chefe do destacamento de 3 meses disse -me que iam abrir um concurso outra vez. Full time, mais dinheiro e efectivo. Com possibilidades de formação e progressão de escalão. Encorajou-me vivamente a candidatar-me e assim fiz, antes de saber de Nottingham. Ainda não sei se fui seleccionada para entrevista, mas se for e me ofereceram o emprego vai ser complicado... Vou ter que tomar um decisão difícil. Talvez seja melhor deixar as coisas como estão...

E outras situações que tal

Os dois posts anteriores falam mais detalhadamente de determinadas situações nos últimos 2 anos. Mas houve muitas mais. A maior parte das vezes era, de facto a melhor candidata, mas ficava em segundo lugar nas entrevistas, logo a seguir à pessoa para quem o emprego estava destinado. Noutras situações, o concurso era retirado, mesmo depois de já terem algumas candidaturas, ou porque tinham que oferecer o emprego a alguém cujo contracto estava a acabar, ou porque perderam financiamento, ou houve reestruturação ou pressões externas. Lembro-me de uma em particular:

Candidatei-me a um emprego na Imperial College em Londres. Uma das melhores universidades do país e do mundo. O emprego era para dar formação a alunos de doutoramento. Seria ideal. Juntava o meu desejo de ir para Londres, uma universidade de respeito, e dar aulas, que adoro.

Comprei o bilhete de comboio (caríssimo), marquei o hotel (o amigo que tenho em Londres não tinha espaço em casa essa semana), e preparei a apresentação que tinha que fazer. Três dias antes da entrevista, contactam-me para dizer que, devido a circunstancias inesperadas, tinham que retirar o concurso. Digam lá outras vez???? Não podia acreditar! Felizmente disseram-me que pagavam as despesas todas e acabei por ir a Londres na mesma, ver uns amigos, museus, e até fui tomar café com uma amiga que trabalha na Imperial. Mas doeu. Doeu muito.

Estas situações repetiram-se vezes sem conta, o que me levou a escrever este post. Pois que a minha vida tem sido procurar e candidatar-me a empregos, ir a entrevistas, e esquecer tempos livres. Nada de noites, fins de semana, ou mesmo férias. Chegou a um ponto em que o meu marido me proibiu de me candidatar ou procurar mais empregos, pelo menos durante um mês porque eu estava a beira da ruptura.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

A historia repete-se...

Enquanto estava no tal destacamento, candidatei-me a um emprego numa empresa que faz parte da Universidade e que comercializa Serviços de Informação Geográfica (SIG) a empresas locais. Já me tinha candidatado ao mesmo emprego um ano antes. Devido ao facto de ter alguma (não muita) experiência em SIGs e ter montado a minha própria empresa, pareceu-me ideal.

Na primeira vez que me candidatei, consegui uma entrevista. Correu muito bem mas não consegui o emprego e fiquei a saber mais tarde que tinha sido oferecida à filha de um Professor ligado ao projecto, apesar de ter menos experiência que eu. OK, cunhas não são só em Portugal...

A segunda vez que me candidatei, enquanto estava no destacamento, consegui uma entrevista também. No painel estavam alguns membros da entrevista anterior mais uma com quem estava a trabalhar (no destacamento) com quem gostaria muito de trabalhar, o HB.

A entrevista correu ainda melhor mas, mais uma vez, não consegui o emprego. Pedi feedback e um dos elementos do painel (RJ) disse que eu tinha sido fantástica e que adorava poder trabalhar comigo (chegou a dizer que eu era "Bloody good!"), mas que escolheram uma pessoa com experiência diferente da minha.

Recentemente, vim a saber que ficaram todos muito impressionados comigo e que todos me queriam dar o emprego. Todos, excepto o que me deu o feedback. Recusou-se a aceitar-me porque já tinha prometido o emprego a outra pessoa. FDP! Sem palavras!

Ainda mais recentemente, o HB, que tinha ficado muito impressionado comigo, comentou que iria haver uma hipótese, para uma colocação de 10 meses, num projecto dele. O concurso só iria ser aberto internamente, para me dar mais hipóteses, já que me faltava experiência nalguns pontos. Obviamente que ele não iria ser o único a tomar a decisão final.

Enviou os documentos para os recursos humanos mas, os imbecis, decidiram abrir um concurso externo. A resposta foi tão grande, de gente com mais de 10 anos de experiência, que não tive hipótese. As cunhas só funcionam para os outros...

De notar que concorreram pessoas com mais de 10 anos de experiência, vindos do outro lado do país, para uma colocação de 10 meses. Mostra bem o estado do emprego a nível universitário. Sim, já sei que em Portugal é pior...